Calafrio

por Denzel J. Hankinson

Tradutor: Tatiana Fernandes Guedes

Meu antigo colega de quarto, Trevor Hanscome, era um dos personagens animados em tamanho real que encantam ou aterrorizam as criancinhas em parques de diversão. Ele era Millie, o Castor de Riverside, o mascote de bom coração do parque e o protagonista de uma série que era apresentada nas manhãs de sábado, mas que durou pouco tempo. Trevor morreu há duas semanas.

Todas as manhãs, às oito horas, Trevor vestia a fantasia de castor que pesava 45 quilos e pegava o elevador para subir do camarim, no subsolo, até o térreo. A temperatura em Springfield às oito da manhã em agosto pode chegar aos 20 graus. A temperatura dentro da máscara de Millie às duas da tarde podia chegar a 50 graus. Trevor trabalhava até dez horas por dia e ganhava 6,55 por hora. Ele vivia como Millie. Raramente tinha folgas.

A Warner Brothers às vezes usava Riverside como laboratório para testar novos personagens de desenhos animados. Novos personagens eram equipados com um microfone e uma câmara de vídeo para gravar as reações das crianças diante de uma tartaruga com roupa de astronauta ou uma vaca malhada gigante vestindo macacão. Então, a Warner Brothers fazia seus psicólogos infantis analisarem as fitas.

Devido ao trabalho de Trevor como Millie, a Warner Brothers decidiu que o Castor seria um enorme sucesso como série nas manhãs de sábado. O show foi um fracasso e a TV tirou Millie do ar após três episódios. Millie, a história continua, era um vagabundo que viajava pelos rios do mundo com seu companheiro Pierre, um melro de asas vermelhas com forte sotaque francês. Além de proporcionar aulas de geografia às crianças todos os fins-de-semana, os dois animais eram amigáveis, gentis e aceitavam todos que conheciam em sua viagens. O grande problema da série, concluiu a Warner Brothers algum tempo depois, é que Millie e Pierre eram bons demais, enjoativamente bons, e por isso muito monótonos se comparados aos outros animais que eram apresentados no mesmo horário.

Millie certamente era o personagem mais cheio de virtudes que a Warner Brothers já havia criado.

No entanto, as crianças que visitavam o parque amavam o castor irreal, e Riverside decidiu manter Millie no elenco das criaturas do parque e manter Trevor como Millie.

Eu estava em Springfield, Massachusetts, há algumas semanas quando conheci Trevor. Eu tinha um quarto vago e o aluguel era muito caro para eu pagar sozinho. Não conhecia ninguém na cidade e, recém-formado, sentia falta de um colega de quarto, então convidei Trevor para morar comigo.

Eu o conheci em um ônibus. Ele estava morando na Associação Cristã de Moços há quatro meses e distribuía panfletos em busca de alguém com quem morar.

A privacidade era importante para Trevor. Nos panfletos, estava escrito "Sem casa, confuso e perseguido pelo desespero." Isso havia sido escrito rapidamente com caneta hidrocor e multiplicado em alguma copiadora de segunda. Havia marcas de tinta em várias partes de cada página. Em letras menores, podia-se ler as palavras "Preciso de Apartamento", um nome, Trevor Hanscome, e um número de telefone.

Trevor ainda não havia começado a distribuir os panfletos. Ele estava dormindo, no banco da janela, curvado e encostado no vidro. Seus cabelos negros não eram limpos e espalhavam-se pela janela. Eu o vinha observando há vinte minutos, mais ou menos. Ele estava sentado no fundo do ônibus lotado há algum tempo. Imaginei que estivesse esperando por um lugar na janela. Uma mendiga sentou-se perto dele e falou consigo mesma, feliz com suas sujas sacolas de lojas famosas. Um lugar na janela ficou vago, mas Trevor hesitou. Olhou para a mendiga e permaneceu sentado por alguns minutos antes de mudar de mansinho para o assento vago. Quando outro assento na janela ficou livre, ele mudou novamente, olhando para o fundo do ônibus, esperando que a mendiga notasse.

O ônibus parou em uma faixa de pedestres, buzinou para alguém que passava e o motorista xingou. Trevor foi para a frente com a parada do veículo.

Seus olhos ficaram estatelados e olhando confusos para o corredor e depois para a janela. Permaneceu debruçado, com a testa colada ao vidro, olhando para a calçada. Desceu do ônibus no ponto seguinte e eu o segui. Bati em seu ombro.

– Ei, disse eu, preciso de um colega de quarto.

Ele virou-se e olhou para mim, e ver seu rosto de perto me fez tremer. Por um instante, senti necessidade de retirar minha oferta. Ele era magro, magro de uma forma que não era saudável. Seus olhos eram fundos, as pálpebras escuras e suas bochechas ficavam fundas quando ele tragava o cigarro e o faziam parecer uma velha. Durante os dois meses em que morou comigo, eu nunca o vi comer, nunca o vi beber.

Ele fumava pelo menos dois maços por dia, nunca dentro do apartamento, sempre fora ou no trabalho.

– Você tem uma filmadora?, ele perguntou.

Eu hesitei e disse: – Sim.

Ele continuou olhando em meus olhos.

– OK, disse.

Mudou-se para minha casa no dia seguinte.

– Então, Trevor, como você entrou nesse negócio? – perguntei enquanto ele colocava suas três caixas de leite e duas malas quase vazias no apartamento.

– Eu trabalhava para a Disney, ele disse, mas fui despedido.

Ele me contou a história. Em um dia de quarenta graus, Trevor desmaiou por causa de desidratação. Um monitor do parque o encontrou encostado a uma árvore de plástico em Tomorrowland, sem sua máscara de Pateta e com um rastro de vômito na gravata de Pateta. Os personagens animados da Disney são estritamente proibidos de aparecerem sem a fantasia. A Disney disse que o Pateta não podia ser visto retirando sua cabeça e vomitando. Os personagens do parque quase sempre andam com acompanhantes que podem atender a suas necessidades, mas a Disney estava com pouco pessoal na época.

– Você não protestou? – perguntei.

Trevor olhava para uma das caixas de leite. – Eu mandei eles à merda, disse ele.

Trevor já havia sido quase todos os personagens de "fantasia completa" na Disney World. Esses personagens, Trevor explicou para mim, são os que têm fantasias com máscara. Os de "meia fantasia" são poucos e tendem a ter recursos faciais mais realistas, que precisam apenas de maquiagem. A Branca de Neve e o Príncipe Encantado, por exemplo, são personagens de meia fantasia. Trevor sempre foi os de fantasia completa.

Ele trouxe fitas de vídeo que continham vinte e dois episódios de Millie, o Castor, todos os que a Warner Brothers já havia filmado. Trevor não tinha interesse em atuar, mas representava seu papel com dedicação. Passava horas estudando os desenhos de um personagem, imitando os movimentos e gestos da criatura com um cuidado meticuloso.

E, pelo que pude perceber, Trevor não se sentia à vontade na presença de crianças. Uma vez, minha irmã veio para a cidade com seus garotos de seis e quatro anos para passar o fim-de-semana. Ela ficou em um hotel na vizinhança e os garotos passaram a noite em minha casa. Enquanto eles estavam emocionados por passar o fim-de-semana com Millie, o Castor, Trevor parecia aterrorizado. Ele tremia e suava quando estava perto deles. Evitou todo e qualquer contato com eles. Mas as crianças, por serem crianças, gostaram dele assim mesmo e fizeram tudo o que puderam para colocá-lo em suas atividades. Depois que o garoto de seis anos agarrou sua perna e tentou derrubá-lo no chão, Trevor trancou-se no quarto pelo resto do fim-de-semana.

Muitas vezes cheguei em casa e encontrei Trevor sentado em frente à TV assistindo Millie ou outro episódio de seus personagens. Foi assim que o encontrei há duas semanas, na noite anterior a sua morte. Ele estava sentado em posição de índio no chão em frente à TV, a única luz na sala era a que saía dela. Colocou no canal do tempo. O homem do tempo apontava para cinco ou seis sóis sorridentes sobre Missouri, Iowa e Nebraska.

– O tempo está ficando limpo no Meio-Oeste – disse o homem do tempo – reduzindo o risco de enchentes.

Trevor apontou para a tela e virou-se para mim:

– Filho da puta, disse ele. Um filho da puta irresponsável. Quantas pessoas irão ver isto e irão decidir não abandonar suas casas nesta noite, irão decidir não se preocupar com o rio? A interpretação desse idiota sobre a leitura de algum radar computadorizado está colocando milhares de pessoas em risco, influenciando sua decisão sobre preparar ou não sacos de areia. A Sra. Jones, em Iowa, está muito preocupada com a enchente. Ela diz a seu marido que seu ombro está doendo, e pelos últimos dez anos, ela diz, seu ombro dói antes de uma tempestade. Mas o Sr. Jones não dá atenção a suas superstições; ele sempre se orgulhou de ser um pragmático, e seus vizinhos o respeitam por isso. Além disso, ele pensa, minha mulher preocupa-se demais, tem mania de exagerar. Então ele sintoniza a antena parabólica, a qual ele disse a sua mulher que pagaria dez vezes mais nos primeiros cinco anos, e encontra este idiota no canal do tempo. Não há com que se preocupar, Jones pensa. Então o vizinho de Jones telefona para pedir seus conselhos. Seu vizinho é um jovem que tem uma mulher jovem e um bebê novo. Ele não pode comprar nem um rádio decente, quanto mais uma TV e uma antena parabólica. O Sr. Jones diz que não há com que se preocupar, sua mulher está irritada sem motivo e só um imbecil gastaria tempo e energia empacotando suas coisas e indo embora. Esse vizinho dá valor à opinião de Jones. Afinal, Jones mora na região há mais tempo e tem melhor conhecimento dessas coisas. Certamente ele não quer que Jones ria dele enquanto recolhe suas coisas e deixa sua família preocupada por nada. Então eles ficam lá. Jones pega no sono após uma garrafa de bebida, sua mulher fica deitada na cama, tremendo, seu vizinho e a família dele dormem tranqüilamente, e todos eles são levados quando a chuva cai e o rio sobe. Uma alteração inesperada na situação do tempo, diz o homem do tempo.

– Eles são bons em previsões do tempo, disse eu. Os meteorologistas são cientistas acima de tudo, assim como os médicos. Eu não me preocuparia com Jones e seu vizinho, Trev.

– Ah, por favor, ele resmungou. Se sua educação artística liberal lhe ensinou alguma coisa, você deveria saber que não se pode provar nada com certeza. Nenhuma prova é absoluta. Eles ensinam que se deve respeitar todas as posições. Mas se uma droga de teoria é tão boa quanto qualquer outra, nenhuma é melhor que outra. Somos ensinados a aceitar tudo, e o resultado é que não podemos negar nada. Toda teoria, todas as teorias são imperfeitas.

Trevor havia se formado em um colégio particular caro, na Pensilvânia, há dois anos. Seus pais imploraram a ele que encontrasse outro emprego. Eles telefonavam sempre. Eu o ouvi dizer muitas vezes que gostava de seu emprego, que ele lhe dava um sentido e que as pessoas da nossa idade deveriam ficar gratas por encontrarem um sentido.

Ele levantou-se devagar, desligou a TV e prosseguiu:

– E os médicos, por Deus, os médicos são os piores. A medicina tem base em uma teoria, a biologia tem base em uma teoria, a química tem base em uma teoria. Um diagnóstico é uma teoria. Sempre há uma margem de erro. Sempre há um risco. Eu não vou ao médico desde os treze anos.

Ele sempre vinha com esses discursos, mas eles não eram para meu benefício. Trevor era um colega de quarto quieto, muito reservado. Então, no dia seguinte, quando telefonou, na hora do almoço, e convidou-me para encontrá-lo em seu camarim, eu aceitei. Riverside fica a apenas dez minutos do meu escritório. Peguei o ônibus e usei a entrada de funcionários, como Trevor havia dito para eu fazer. Riverside estava cheio. Era um dos dias mais quentes do verão. O enorme mostrador digital que anunciava os eventos do parque apontava trinta e sete graus.

Um guarda centenário em falso uniforme de polícia acompanhou-me até um elevador de carga que me levaria aos camarins subterrâneos.

Todos as operações de Riverside eram realizadas no subsolo. O guarda fechou o portão do elevador, deu um sorriso sem dentes e puxou uma alavanca que me levou aos trancos às entranhas do Riverside Park.

Abri o portão e tomei meu rumo em meio à rede de túneis subterrâneos quase sem luz, seguindo os sinais em forma de mãos em mangas de camisa e dedos apontando a direção dos camarins. Corpos em tamanho real do Coiote e do Demônio da Tasmânia com pequenas cabeças humanas passaram por mim. Perguntei a uma criatura parecida com um gato, que não reconheci quem era, onde poderia encontrar Trevor Hanscome. Uma voz abafada saiu pelo buraco do pescoço do gato, coberto por tecido: – Trevor está na sala 42.

Eu olhava para os camarins abertos enquanto passava. Um palhaço de circo mergulhava seus pés em uma bacia d’água enquanto folheava uma revista de garotas e tomava grandes goles de uma garrafa. Alguns personagens sentavam-se em um sofá e assistiam à TV. Alguns dormiam sentados, eretos em suas cadeiras. Outros fumavam no hall. Eram um bando feio, suado, sem barbear. O fedor do local era terrível.

Gotas de água caíam do teto e das paredes, marcando o concreto rústico.

Trevor não estava em seu camarim. Sentei-me de frente para a porta e esperei. Dez minutos depois ele apareceu na porta, sua cabeça molhada de suor parecia isolada do corpo de castor, coberto de pêlos marrom, vestido com macacão azul. Carregava a cabeça de Millie debaixo do braço como se fosse um capacete de futebol americano. Escutei um "clique" debaixo da fantasia e o peito de Millie abriu-se, tinha dobradiças no peito, como o capô de um Volkswagen. A camiseta branca de Trevor estava grudada em seu corpo por grandes manchas escuras. Ele retirou seus braços dos de Millie e colocou a cabeça do animal no chão.

– Como vai, Trev?, perguntei. Sem sorrir acenou com a cabeça e procurou um maço de cigarros e um isqueiro na camisa que estava pendurada no encosto de uma cadeira. Sentei-me novamente enquanto ele acendia o cigarro e dava uma forte tragada, a maior parte do corpo de Millie agora estava amontoada ao redor de seus joelhos. Estendeu o maço para mim e levantou a sobrancelha direita oferecendo os cigarros. – Não, obrigado, eu disse.

Ele saiu do resto de Millie e sentou-se na cadeira de diretor de frente para o espelho. Olhou-se por alguns segundos e virou-se para mim. – Obrigado por vir, disse.

Trevor não parecia bem, parecia pior do que de costume. Seu estilo de vida parecia estar acabando com sua saúde. Em certas manhãs, ele tinha acessos de tosse e ânsia, creio que por causa do cigarro. Quatro ou cinco vezes, depois de chegar do trabalho ou de madrugada, eu o escutei vomitando no banheiro, seu estômago e seus pulmões convulsionando para eliminar sua própria doença. Perguntei-lhe duas vezes sobre isso. Friamente ele rejeitou minha preocupação. – Ah, é só uma gripe. Você sabe, todas aquelas crianças... – Quando lhe perguntei novamente, algumas semanas depois, ele falou mais abertamente. Meio confuso, descreveu a dor que sentia diariamente. – O melhor que posso descrever a sensação, disse-me uma vez, é que sinto um calafrio no estômago que se espalha para o peito, pelas veias e chega às extremidades. Um calafrio, uma sensação que vem em ondas e me faz pensar que vou desmaiar.

Agora Trevor examinava a galáxia de sardas em seus ombros e costas. Sua pele era clara, e muita exposição ao sol havia salpicado a parte superior de seu tronco com manchas marrons. Seus peitorais não eram definidos e terminavam em um buraco na base de seu esterno, uma irregularidade física que não causava problemas mas o embaraçava na frente das pessoas.

Olhou-se no espelho novamente. –Só é preciso um ponto, disse tocando uma pinta protuberante em seu ombro. – Um único fóton em uma única célula, algumas células, um melanoma, seu sistema nervoso, seu cérebro. Mas tudo o que se vê é um ponto aparentemente inofensivo, enquanto que sob ele há uma rede de câncer.

Um anão vestido como um coelho de smoking entrou pela porta.

– Trevor, que horas você volta lá para cima?, o anão perguntou.

– Dentro de cinco minutos, Santi, disse Trevor.

– Tá, disse o anão e saiu correndo. Trevor explicou:

– Esse é Santiago, ele representa os menores personagens de fantasia completa do parque. Gosta de mostrar que pode andar com os personagens maiores. Algumas vezes, os adolescentes mexem com ele, você sabe, zombam dele. Você ficaria surpreso em saber quantos adultos atacam os personagens do parque. – Trevor virou-se para mostrar um hematoma. – Um velhote me deu um soco para impressionar seus netos. Parece que nem os adultos sabem a diferença entre o que vêem no parque e o que vêem na TV, se é que há diferença.

– Você tem que aguentar esse tipo de coisa?, perguntei.

Trevor encolheu os ombros: – Um garotão que trabalha aqui e foi jogador de hóquei profissional e arrancou sua máscara e bateu em um garoto de quinze anos que pisou em seu pé...

Trevor fez uma pausa e olhou para o chão.

– Trevor, qual é o problema, por que você me chamou? – Tentei não expressar muita preocupação para não assustá-lo.

Ele virou-se para o espelho novamente e tossiu com força. – Você sabe, os criminosos nazistas da guerra se exoneravam atribuindo seus atos à instituição da qual faziam parte. Que alívio fazer isso, que alívio sentir essa paz, acreditar que sua alma é pura apesar de suas ações. – Parou de repente, olhou para o relógio e deu uma última tragada no cigarro antes de apagá-lo no tapete de linóleo.

– Por que você não tira o resto do dia de folga, Trevor – sugeri.

Isso pareceu irritá-lo.

– Ouça, disse ele, preciso voltar para o trabalho, eu só queria que você conhecesse o lugar onde trabalho, é só isso. Tome – pegou algo em uma gaveta da camiseira – pegue isso e leve seus sobrinhos ao parque em um fim-de-semana. São entradas gratuitas.

Colocou as entradas em minha mão e levantou-se depressa.

– Obrigado, Trevor. Podemos levar as crianças em um fim-de-semana, eu disse. Pode ser que você goste da minha irmã. Ela é divorciada.

– Claro, ele respondeu. Pode ser legal.

Sem nos despedirmos, ele vestiu-se de Millie, fechou o zíper e saiu. Fiquei sentado na cadeira olhando para as entradas durante algum tempo.

Santiago, o anão, caminhava pelo hall gritando "dane-se" para o gato que havia me indicado o caminho.

Olhou para mim, parou quando viu que Trevor não estava no camarim e disse: – O filho da puta vai se matar. Maldito imbecil! Trevor trabalha demais. Tá bravo porque ontem Millie assustou umas crianças chatas. A coisa mais engraçada que já vi. Ficamos zombando dele, mas ele não acha engraçado.

Voltei pela rede de corredores escuros e saí perto de onde havia chegado. Uma grande rã verde usando um chapéu fingia coordenar o trânsito em frente à entrada do parque. Andei até ela e dei-lhe um soco, sentindo-me feliz por saber que mais tarde eu me arrependeria disso.